Recebi uma proposta de trabalho. O que avaliar?

Constantemente, recebo uma pergunta de assessorados(as) que estão ou não trabalhando, que decidi compartilhar e responder hoje aqui no blog: “recebi uma proposta de trabalho. O que devo avaliar? O que posso perguntar na entrevista? Devo aceitar de primeira?”

Quando a gente não está trabalhando, é natural ter uma ansiedade muito grande para voltar a trabalhar e surgir assim expectativas irreais e às vezes até fantasiosas em meio as oportunidades que irão aparecer. Porém, buscando recolocação ou até mesmo empregado, é muito importante analisar com cuidado todas as variáveis antes de entrar de cabeça em uma oportunidade, que por outro lado também pode ser uma decisão errada e depois de alguns meses você já esteja novamente desanimado(a) com o novo desafio, já pensou nisso?

Primeiro, ouça a proposta

Antes de qualquer coisa, ouça a proposta, anote tudo o que for sendo falado, faça perguntas, aceite um segundo contato, mas não dê nenhuma resposta definitiva de primeira. Antes de dizer sim ou não, faça as suas pesquisas. Entre em sites de buscas e procure todas as informações públicas e abertas sobre a empresa. Aqui vale encontrar dados como faturamento, número de funcionários, produtos e serviços, prêmios, certificações, reclamações, etc. Com uma rápida busca no Google é possível ver o que falam sobre a instituição.

Saiba o que pensa quem já trabalha lá

Pesquise também o que funcionários(as) dessa empresa pensam sobre ela e como é o clima organizacional que vivem diariamente, procure no site como o Love Mondays/Glassdoor, por exemplo, no qual colaboradores podem compartilhar percepções anonimamente. No caso de você ter colegas conhecidos que trabalham por lá, melhor ainda: com discrição, converse a respeito das impressões que ele tem, qual momento de mercado a empresa está passando, o que ele mais gosta e menos gosta trabalhando lá.

Sobre a empresa: mas o nome dela ainda não pode ser falado…

A dica também vale para o caso de o processo seletivo sigiloso, onde o nome da empresa não é divulgado nas primeiras etapas do processo e será aberto apenas nas últimas etapas. Faça então uma pequena e rápida entrevista você mesmo usando diversas perguntas e tente conseguir pistas, como por exemplo:

  • pode abrir alguma informação sobre a empresa?
  • qual o tamanho da empresa? número de funcionários? qual faturamento anual? É familiar? Pertence a algum grupo empresarial?
  • há quantos anos está no mercado?
  • com que segmento/produtos/serviços ela trabalha? É concorrente de alguma das empresas em que trabalhei?
  • no mercado em que ela atua, está em qual posição no ranking estadual/nacional/internacional em sua área?
  • em que cidade/país fica a matriz? E tem filiais em quais cidades/estados/países?
  • é em Curitiba (ou sua cidade), em qual bairro? Região metropolitana? Ou outra cidade?

E se o processo seletivo estiver sendo feito por uma consultoria de RH ou agência de emprego, pesquise sobre ela também, inclusive possíveis reclamações em órgãos competentes.

Entreviste a empresa!

Se as informações que você teve até aqui está próximo do que você espera, e por outro lado você também foi chamado para uma próxima etapa do processo seletivo, é hora de se preparar ainda mais. Nestes próximos contatos, sejam eles por telefone, email, vídeo currículo, call ou presencial, treine como falar, como se apresentar, coragem para falar com maturidade e objetividade sobre seus interesses para esta vaga, o que mais te atraiu, crie um pitch falando dos projetos mais legais que você já participou baseando-se inicialmente nas principais informações de seu LinkedIN e/ou CV e/ou Mini CV.

E já procure tirar todas as possíveis dúvidas, ou seja, entreviste a empresa também! Esses primeiros papos não são somente para que a empresa te conheça, ou para você comparar com seu cargo atual ou última experiência, mas também para que todos(as) candidatos(as) tenham a chance de entender melhor o funcionamento da organização. Nessa conversa, sinta-se à vontade para perguntar quais são as expectativas de crescimento seus e da empresa no mercado para os próximos anos, quais os desafios e dificuldades que a empresa está passando hoje, entenda do passado, como está o presente e como você pode ajudar nos planos futuros e novos resultados da empresa.

Tire suas dúvidas sobre os desafios do cargo

Na conversa, também procure saber mais sobre as responsabilidades para o cargo ao qual você está concorrendo, sua autonomia se for um cargo de gestão, qual será a forma de contratação (CLT, CNPJ, Interino, Freelance, outras), flexibilidade de horários, políticas de home-office, frequência de viagens, e também se a instituição oferece programas de recrutamento interno, que permitem que você mude de área horizontalmente ou verticalmente, caso seja contratado(a).

Questione também como é – de uma forma geral – o perfil do gestor imediato desta vaga ao qual você está concorrendo, quantas pessoas atuam na equipe e como está o clima organizacional da empresa nestes últimos meses. É interessante que você tenha claro quais serão as suas responsabilidades diárias, por quê o cargo existe, quais as principais metas a serem alcançadas, escopo de atividades, qual o momento atual da área e da empresa para poder entender como você poderá ajudar da melhor forma com toda sua experiência e conhecimentos, tanto através do que fará de forma semelhante ao seu trabalho anterior quanto ao que fará  de forma diferente e nova de seus outros trabalhos.

Vale também descobrir o motivo pelo qual o candidato anterior saiu, deixando a vaga disponível, mas seja bastante espontâneo(a), profissional e respeitoso(a) neste questionamento.

Quer continuar atuando no mesmo segmento?

Procure se preparar cada vez mais para esse processo seletivo. Se a empresa for do mesmo segmento ou até mesmo concorrente de alguma das empresas em que você já trabalhou, avalie se deseja continuar atuando nessa mesma área ou se toparia trabalhar em outras áreas da mesma cadeia sistemista, por exemplo, como em fornecedores ou em prestadores de serviços. Muitas empresas tendem a contratar profissionais que já trabalharam no setor ou segmento pois a curva de aprendizado é menor e os resultados tendem a vir mais rápidos. Porém, vale lembrar que, mesmo essa sendo sua área, assuntos importantes podem ter acontecido desde a sua última experiência profissional. Então pesquise bastante e sempre faça cursos para se atualizar, ok?

Caso a empresa atue em um segmento diferente do seu, a pesquisa precisa ser ainda mais intensiva. Lembre-se de que você estará competindo com outros candidatos que provavelmente já terão experiência no segmento porém algumas outras qualificações suas podem estar melhor “rankeadas” que as deles. O importante é mostrar que você está disposto a aprender rápido e ainda trazer para a conversa exemplos transversais de suas atuações em outros segmentos que poderiam ser aplicadas neste.

E como falar sobre a remuneração?

Geralmente nas últimas etapas do processo seletivo, super importante também falar aberta e claramente sobre isso, pergunte e avalie sobre remuneração. Responda ou fale sobre sua remuneração atual ou última remuneração, tenha uma faixa de pretensão salarial “na ponta da língua”,  entre X e Y, já preparada e comparada com guias salariais de credibilidade, para entrar nesse assunto – sempre tão tabu – com isso bem resolvido.

Cada processo seletivo tem seus critérios, cada empresa decide quanto vai oferecer, e perguntar sobre isso ANTES DO SEU ACEITE FINAL E DA CONTRATAÇÃO EFETIVA, e/ou durante as negociações da “job offer” (proposta de trabalho formalizada pela empresa), é tão importante quanto todos os itens acima, para entrar “bem”, para entrar “certo”.

Lembre-se que: remuneração = salário + pacote de benefícios, diretos e indiretos.

Converse com a pessoa recrutadora a respeito dessa quantia, comissionamentos, PPR, PLR, bolsa de estudos, auxílio home-office, possibilidades de transporte e estacionamento, possibilidades de alimentação (cesta básica, vale-alimentação, vale-refeição, refeitório), assistência médica e/ou odontológica (com co-participação ou não, abrangência local ou nacional), seguro de vida, previdência privada, equipamentos eletrônicos (notebook, celular), e quaisquer outros benefícios extras e convênios possíveis que a empresa ofereça. E lembre-se: dê valor aos benefícios, tangíveis e intangíveis, faça as contas para calcular a diferença de quais seriam os valores de mercado caso você fosse adquirir estes mesmos benefícios como pessoa física.

Ser protagonista da sua carreira também é assumir riscos calculados, ter o olhar da razão em maior proporção que das emoções, fazer escolhas conscientes e assim recomeçar uma nova fase profissional tomando a melhor decisão possível naquela etapa de sua Carreira.

Fabiana Schneider

Mentora de Carreira e Headhunter, tenho mais de 20 anos de experiência profissional em empresas nacional e multinacional onde atuei em áreas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Comercial e Educação Executiva. Nos últimos anos tenho me dedicado à área de Gestão de Carreira e Desenvolvimento Humano empreendendo através da Trilhas da Carreira, além de ser especialista em LinkedIn e dar aulas de R&S em pós-graduação. Sou graduada em Administração de Empresas com MBA Executivo em Marketing, certificada em Assessment Training DISC e em Orientação Profissional e Planejamento de Carreira. Filha de Pai TI e Mãe Professora, Mãe da Nathalia, Vovó da Sienna, casada com Claudio Cercachim, maratonista, peregrina, trail runner, apaixonada por Pessoas e pela Natureza, e entusiasta pela Tecnologia.

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Fabiana Schneider

Mentora de Carreira e Headhunter com mais de 20 anos de experiência profissional em empresas nacional e multinacional atuando em áreas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Comercial e Educação Executiva. Nos últimos anos está empreendendo através da Trilhas da Carreira atuando como Mentora e Consultora de Carreira para profissionais, como Headhunter para empresas, além de Expert em LinkedIn, palestrante e professora de R&S. É graduada em Administração de Empresas com MBA Executivo em Marketing, certificada DISC e Orientação Profissional. Filha de Pai TI e Mãe Professora, casada com Claudio Cercachim, Mãe da Nathalia, maratonista, peregrina, apaixonada por pessoas e entusiasta pela tecnologia.

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