Dia da Mulher 2021: o impacto do trabalho feminino em 2020

Não é nenhuma novidade que 2020 foi um ano desafiador para todos nós. Entretanto, quando olhamos para trás e analisamos o impacto que a pandemia trouxe para as mulheres, as notícias não são nada animadoras.

No mercado de TI, por exemplo, o relatório  Women in Tech, Where are we now? Understanding the evolution of women in technology da Kaspersky concluiu que, embora o confinamento pudesse ser visto como um possível acelerador para a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres em cargos de TI, isso não aconteceu, atrasando a evolução das carreiras das mulheres nesse setor.

Já segundo o IBGE, em função da sobrecarga nas tarefas domésticas e nos cuidados com crianças e idosos, a parcela de mulheres que estão ocupadas ou em busca de um trabalho chegou a 46,3% no segundo trimestre; desde 1991 este número não ficava abaixo de 50%.

Muitas, inclusive, já até pensaram em deixar o emprego devido a essa sobrecarga.

É fato que o cenário não está nada promissor. Mas como tudo na Vida tem muitos lados,  e eu – Fabiana – gosto de enxergar o “copo meio cheio”, trago também neste artigo reflexões positivas sobre as mulheres que estão fazendo a diferença em meio à situação atual. Então vamos começar citando aqui mulheres que em seus cargos de liderança ganharam os holofotes, principalmente quando o assunto é a saúde de sua sociedade.

Vamos olhar para o que elas têm feito e nos inspirar também?

Líderes mundiais

A Alemanha, sob o comando de Angela Merkel, Sanna Marin, primeira-ministra finlandesa, Tsai Ing-wen, presidente de Taiwan e a primeira-ministra islandesa, Katrín Jakobsdóttir são algumas das líderes que souberam adotar medidas exemplares na contenção da pandemia.

A democrata de ascendência indiana e jamaicana Kamala Harris costuma ser pioneira nos cargos que ocupa. Agora entra para a história como a primeira mulher a ocupar a vice-presidência dos Estados Unidos e já tem no topo de sua lista de prioridades o combate à pandemia.

Inclusive até com as crianças as líderes souberam como agir: a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, em março de 2020, afirmou que quem pudesse deveria ficar em casa. A vida, ela reconheceu, havia se tornado muito diferente. “Eu sei que para muitas crianças isso é assustador”, disse ela. “Não há problema em ter medo quando tantas coisas acontecem ao mesmo tempo.”

Em abril, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse que o coelhinho da Páscoa era considerado um trabalhador essencial em seu país e, logo, poderia realizar seus ‘negócios misteriosos’ no domingo de Páscoa, apesar das medidas rigorosas de isolamento social. Ardern também esclareceu quanto o status da fada dos dentes, explicando que a troca noturna de presentes por dentes perdidos continuaria. “Você ficará satisfeito em saber que consideramos a fada dos dentes e o coelhinho da Páscoa como trabalhadores essenciais”, disse Ardern em uma entrevista coletiva dirigida aos pequenos.

Amina Mohammed, vice-secretária-geral da ONU, afirma que também tem sido inspirada por mulheres líderes que têm respondido a essa pandemia e têm mobilizado a união de todos em solidariedade contra a doença.

E assim como elas, existem muitas outras fazendo a diferença em algum lugar. No site Women Rise for All você pode conferir diversos vídeos de outras líderes mulheres para se inspirar.

Além disso, a Forbes – e suas tradicionais listas de pessoas influentes – listou as mulheres mais poderosas do mundo em 2020. Da luta contra a pandemia à reestruturação política, essas influentes mulheres – incluindo uma brasileira – estão fazendo história.

Mulheres no combate da Covid-19 no Brasil

As mulheres são essenciais na luta contra a pandemia da covid-19, como socorristas, profissionais da saúde, voluntárias da comunidade e prestadoras de cuidados, além de serem desproporcionalmente afetadas pela crise. Esta é a principal mensagem de um documento divulgado pela ONU Mulheres para países da América Latina e Caribe, que traz 14 recomendações para que as respostas ao novo coronavírus na região incluam a dimensão de gênero. 

O documento “Gênero e covid-19 na América Latina e no Caribe: dimensões de gênero na resposta” destaca que “As mulheres estão na linha de frente da resposta e assumem custos físicos e emocionais, além de um maior risco de infecção na resposta à crise”. Para a ONU Mulheres, é fundamental atender às necessidades imediatas das mulheres na primeira fila da resposta”.

A primeira pessoa a tomar a CoronaVac no Brasil foi a enfermeira Mônica Calazans, que trabalha na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Negra, moradora de Itaquera, na zona leste da capital paulista e com perfil de alto risco para complicações da Covid-19 

Ela incentivou a população a não ter medo do imunizante: “Quantas pessoas têm receio de chegar próximas às outras? Eu tomo ônibus, metrô, as pessoas têm receio de chegar perto de você. Então, povo brasileiro, é nossa grande chance. Estou falando agora como brasileira, mulher negra, que [você] acredite na vacina. Vamos pensar nas vidas que perdemos.”

Quando falamos em pesquisa científica, o Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa e produção de imunobiológicos do Brasil fez um mapeamento sobre a presença feminina na área da pesquisa na instituição. De acordo com dados de contratação da Divisão de Recursos Humanos, hoje o Butantan tem 71% de seu corpo científico formado por mulheres. Do total de pesquisadores contratados, seja via Fundação ou Instituto, apenas 29% são homens. A explicação? O acesso crescente de mulheres à educação superior nas últimas décadas e também devido às áreas de estudos que predominam no IB, em sua maioria das ciências biológicas e da saúde, que costumam tradicionalmente atrair maior contingente feminino.

Outra brasileira que está brilhando é a Luiza Helena Trajano, fundadora da rede varejista Magazine Luiza, que lançou uma iniciativa para vacinar todos os brasileiros contra a covid-19 até setembro de 2021. Batizada de Unidos pela Vacina, a iniciativa é coordenada pelo grupo Mulheres do Brasil, capitaneado pela empresária e que tem hoje mais de 75 mil mulheres no Brasil e no mundo.

Desejo do fundo do meu coração que, mesmo quando desanimamos, cada vez mais possamos olhar (e nos cercar) de outras mulheres para nos inspirar a seguir adiante!

Parabéns a todas as Mulheres do Mundo e as grandes Mulheres da minha Família também!

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Fabiana Schneider

Mentora de Carreira e Headhunter com mais de 20 anos de experiência profissional em empresas nacional e multinacional atuando em áreas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Comercial e Educação Executiva. Nos últimos anos está empreendendo através da Trilhas da Carreira atuando como Mentora e Consultora de Carreira para profissionais, como Headhunter para empresas, além de Expert em LinkedIn, palestrante e professora de R&S. É graduada em Administração de Empresas com MBA Executivo em Marketing, certificada DISC e Orientação Profissional. Filha de Pai TI e Mãe Professora, casada com Claudio Cercachim, Mãe da Nathalia, maratonista, peregrina, apaixonada por pessoas e entusiasta pela tecnologia.

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