Me aposentei. E agora?
Após trabalhar durante muitos anos, cumprindo horários para garantir renda e sustento, é difícil para algumas pessoas deixarem de vez sua vida profissional. Mas e quando chegar a hora de se aposentar, o que fazer? O que não fazer? Parar? Continuar?
Já que em 26 de Julho é celebrado o Dia dos Avós, vamos falar sobre este tema!
O número de brasileiros com mais de 60 anos superou os 30 milhões em 2017, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) divulgada pelo IBGE. As mulheres são maioria expressiva nesse grupo, com 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões (44% do grupo).
O Brasil tem hoje pouco mais de 19 milhões de aposentados pelo INSS, segundo a Secretaria da Previdência Social, que se aposentam, em média, aos 58 anos.
Mas hoje, a imagem de uma pessoa aposentada é bem diferente: a ideia do velhinho de bengala e da senhorinha fazendo crochê em casa ficou lá para trás. Estas pessoas ainda estão muito ativas, e cada vez mais longevas, ainda mais agora que possuem mais tempo para buscar outras realizações e novas experiências.
Mas como voltar ao mercado de trabalho ou buscar projetos que trazem satisfação nesse período da vida?
Continuar no mercado de trabalho
Uma das opções é voltar ao mercado e trabalho. Atualmente existem empresas especializadas em vagas para 50+ como por exemplo a MaturiJobs, que é uma plataforma pioneira no Brasil, reúne oportunidades de trabalho, desenvolvimento pessoal, capacitação profissional, empreendedorismo e networking, com o objetivo de conectar pessoas maduras e experientes em busca de atividade e ocupação entre si e com empresas.
Empreender
O Sebrae elaborou uma pesquisa — o Perfil do potencial empreendedor aposentado —, na qual ouviu mais de 1,2 mil pessoas com mais de 50 anos, e uma cartilha sobre empreender na aposentadoria. Os números mostram que esta é uma opção para muitos brasileiros.
De acordo com o estudo, 1 a cada 10 pretende empreender nos próximos dois anos. Seja para aumentar a renda da família, seja para ocupar o tempo livre que os espera, para esses pesquisados, aposentadoria significa continuar trabalhando, e muito. Além disso, 80% já decidiu que tipo de negócio quer abrir (mais de 50% tem objetivos no comércio e 30%, no setor de serviços). Empreendimentos em alimentação foram os mais citados, com ¼ das respostas.
A economia compartilhada também tem sido opção para muitos aposentados complementarem a renda e manterem-se ativos. Serviços como Uber e AirBnb têm sido os queridinhos! Dados do AirBnb mostram, por exemplo, que o número de anfitriões com mais de 60 anos mais que dobrou entre maio de 2015 e maio de 2016 e dos 70 mil cadastrados, 8 mil tinham este perfil.
Buscar novos conhecimentos
Em dezembro de 2017, foi colocada em prática a Lei 13.535/2017, que diz que instituições de ensino superior terão que ofertar cursos e programas de extensão aos idosos.
O artigo 25 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) já estabelece que o Estado precisa apoiar a criação de universidades abertas para idosos, além de incentivar a publicação de livros e periódicos de conteúdo e padrão editorial adequados a essa faixa etária, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual nessa idade.
A USP, por exemplo, possui o programa Universidade Aberta à Terceira Idade (Uati). A iniciativa gratuita, realizada na capital e nos campi do interior, só no primeiro semestre de 2018, disponibilizou 4.743 vagas, divididas entre disciplinas regulares, oferecidas nos cursos de graduação, e atividades complementares, como cursos, palestras, excursões, práticas esportivas e didático-culturais.
As universidades paranaenses como FAE Business School (FAESÊNIOR), Universidade Positivo (UP Maturidade) e a Universidade Federal do Paraná (Universidade Aberta da Maturidade UPFPR) atentas a esta parcela da população também já oferecem programas exclusivos com cursos, palestras e atividades voltadas para pessoas da terceira idade.
Também em meio a estas iniciativas, vale conhecer o Movimento Lab60+, um movimento nacional e internacional de pessoas e organizações que já está revolucionando o significado da longevidade, unindo em suas ações e projetos todos estes pontos que estamos comentando aqui, e que tem a querida e competente Marilia Fuhrmann como Embaixadora em Curitiba.
Todos eles excelentes incentivos para que os aposentados busquem novos conhecimentos e se mantenham sempre ativos e atualizados.
Viajar
Quem nunca sonhou em viajar sem prazo para voltar para casa?!
De acordo com a Sondagem do Consumidor —Intenção de viagem, do Ministério do Turismo (Mtur), o desejo de viajar sozinho ou acompanhado subiu de 23,7% para 26,9% no grupo de viajantes com idades acima dos 60 no mês de junho de 2017, em comparação com o mesmo período em 2016. Segundo a mesma pesquisa, cresceu a opção por viagem de avião entre os acima de 60 anos, em detrimento do automóvel e do ônibus, e também pela estadia em hotéis e pousadas (67,5%), em vez da hospedagem em casa de parentes e amigos ou em residência própria ou alugada.
Com isso, a demanda de agências especializadas em turismo para a terceira idade cresce. Além de poder viajar sozinhos ou em grupo, ainda há a possibilidade de realização de intercâmbios e/ou ficar em determinados destinos por um período maior de tempo.
O início da aposentadoria pode ser comparado com os primeiros dias das férias: não há horário para acordar, não há exigências de prazos e é possível realizar as tarefas quando quiser. Mas quando essa rotina se repete por dias, semanas e meses, é preciso ter cuidado. Buscar um propósito para a vida depois da aposentadoria é essencial também para a saúde mental e emocional!
Veja também: Estou prestes a me aposentar. O que fazer?
Fabiana Schneider
Consultora de Carreira e Headhunter, tenho mais de 20 anos de experiência profissional em empresas nacional e multinacional onde atuei em áreas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Comercial e Educação Executiva. Nos últimos anos tenho me dedicado à área de Gestão de Carreira e Desenvolvimento Humano empreendendo através da Trilhas da Carreira, além de ser especialista em LinkedIn e dar aulas de R&S em pós-graduação. Sou graduada em Administração de Empresas com MBA Executivo em Marketing, certificada em Assessment Training DISC e em Orientação Profissional e Planejamento de Carreira. Filha de Pai TI e Mãe Professora, casada com Claudio Cercachim, mãe da Nathalia, maratonista, apaixonada por pessoas e entusiasta pela tecnologia.
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