Dia Internacional da Mulher: o que têm sido feito para virar o jogo da equidade de gênero no mercado de trabalho

O dia 08 de março é conhecido internacionalmente pelas lutas das mulheres em busca de direitos iguais na sociedade. Traçando um paralelo com o mercado, ainda há bastante coisa para mudar nesse sentido – apesar de muitas iniciativas estarem despontando para valorizar cada vez mais a participação do público feminino no mais variados segmentos quando o assunto é trabalho.

No texto de hoje, trago algumas reflexões sobre o tema e como algumas empresas já estão se posicionando a favor do crescimento feminino.

Uma delas é a Goldman Sachs: o banco recentemente assumiu um grande compromisso com a diversidade quando o CEO David Solomon fez o anúncio durante o Fórum Econômico Mundial em Davos que a instituição não vai mais coordenar o IPO de empresas que não tiverem pelo menos uma minoria no conselho, com foco nas mulheres. E a partir de 2021, a exigência será ainda maior: o banco deve exigir duas mulheres no conselho.

Segundo o CEO, IPOs de empresas americanas com pelo menos uma mulher no board performaram significativamente melhor nos últimos quatro anos quando comparados aos de empresas cujo conselho era composto apenas por homens.

Aqui no Brasil, começamos a ver uma mudança significativa no cenário: grandes empresas já investem em programas para ampliar a participação de mulheres no mercado.

Uma das iniciativas é o Prêmio WEPs Brasil – sigla em inglês para os Princípios de Empoderamento das Mulheres -, iniciativa da ONU Mulheres e do Pacto Global que orienta as empresas no caminho para alcançar a igualdade de gênero por meio do empoderamento das mulheres. Em 2019, por exemplo, das 181 empresas que se inscreveram no Prêmio, 49 tiveram as suas práticas premiadas, sendo que 8 fazem parte do Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG). São elas: PWC, Natura, Enel, Braskem, Petrobrás, Itaú, BASF e Santander, além de Albert Einstein e Siemens que receberam menções honrosas. E, aqui no Paraná, temos a também premiada Renault. Parabéns a todas!

Segundo o secretário executivo da Rede Brasil do Pacto Global, Carlo Pereira, aqui no país apenas 37% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres. A situação é ainda mais desigual para a mulher negra, que além do pouco acesso à liderança das empresas, enfrenta uma taxa de desemprego (16%), que é o dobro da verificada entre homens brancos. Por isso, acredita que as empresas têm um papel fundamental no combate à desigualdade de gênero, por isso é importante reconhecer e divulgar boas práticas.

Entre outras empresas que estão virando o jogo da equidade de gênero estão Amaro, DHL, Elanco, IBM, Mastercard, PayPal e Salesforce, que contam com processos seletivos justos e inclusivos, remuneração equivalente para cargos iguais e iniciativas para disseminar seu valores e fazer uma transformação efetiva da cultura interna. E a Electrolux Brasil, recém lançou a licença parental e irá extendê-la agora em 2020.

E por falar em quebras de paradigmas, CEOs de grandes companhias têm mostrado como a maternidade não é um motivo para as mulheres sofrerem um downgrade na carreira: a CEO e fundadora da The Wing, Audrey Gelman foi a primeira CEO a aparecer grávida na capa de uma revista de negócios. Como sua companhia é focada em construir espaços para mulheres, seu exemplo mostra que é possível ser empreendedora sem abrir mão da vida pessoal. Caso não tenha visto, ela foi destaque desta edição da revista americana Inc.

Por aqui, na edição deste mês da revista Forbes Brasil – que listou as 20 mulheres mais poderosas do país em 2020, entrevistou e fotografou cada uma delas – conta com uma seleção de empresárias, executivas, gestoras, artistas, chef, jornalista, empreendedora social, que falam sobre suas trajetórias inspiradoras. O destaque ficou para Cristina Junqueira, uma das fundadoras do banco digital Nubank e vice-presidente na empresa, é protagonista de um feito histórico para as mulheres que equilibram maternidade e carreira: ela posou para a revista três dias antes de dar à luz a segunda filha, Bella. 

Quando levantamos dados brasileiros, é importante destacar também que metade das mulheres empreendedoras no país são “chefes de domicílio”. Segundo pesquisa do Sebrae, o número subiu de 38% para 45%. Com esse avanço, a atividade empreendedora passou a conferir às donas de negócio a principal posição em casa, superando o percentual de mulheres na condição de cônjuge (situação verificada quando a principal renda familiar provém do marido). Esta posição caiu de 49% para 41% nos últimos anos, conforme o relatório. O estudo constatou ainda que as representantes do sexo feminino empreendem movidas principalmente pela necessidade de ter uma outra fonte de renda ou para adquirir a independência financeira. Hoje, as 9,3 milhões de mulheres que estão à frente de um negócio representam 34% de todos os donos de negócios formais ou informais no Brasil.

Apesar de ainda haver uma lacuna entre gêneros no mundo corporativo, aos poucos, as organizações estão buscando reverter esse cenário. E no seu ambiente de trabalho, como você têm ajudado, encorajado e inspirado mais mulheres?

Fabiana Schneider

Mentora de Carreira e Headhunter com mais de 20 anos de experiência profissional em empresas nacional e multinacional atuando em áreas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Comercial e Educação Executiva. Nos últimos anos está empreendendo através da Trilhas da Carreira atuando como Mentora e Consultora de Carreira para profissionais, como Headhunter para empresas, além de Expert em LinkedIn, palestrante e professora de R&S. É graduada em Administração de Empresas com MBA Executivo em Marketing, certificada DISC e Orientação Profissional. Filha de Pai TI e Mãe Professora, casada com Claudio Cercachim, Mãe da Nathalia, maratonista, peregrina, apaixonada por pessoas e entusiasta pela tecnologia.

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