Licença-paternidade vs pais de Millenials: grandes desafios atuais
No mês de agosto, comemoramos o Dia dos Pais e considero esta data ideal para refletir sobre o real significado da figura paterna, a importância de sua presença na vida de seus filhos e como esta responsabilidade têm sido cada vez mais discutida nos tempos atuais, tendo em vista as conquistas das mulheres.
A começar pelos homens que não querem mais serem apenas coadjuvantes nos cuidados com os filhos, mas sim, desejam dividir igualmente com as companheiras as tarefas e desafios.
Começando pela licença-paternidade, em países considerados desenvolvidos, a média de tempo é de oito semanas ou 56 dias. O relatório A Situação da Paternidade no Mundo, de 2017, produzido pelo instituto Promundo é uma excelente referência sobre o assunto.
Já no Brasil – um dos primeiros países do mundo a oferecer esse benefício, de acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OIT), em 1943 – a licença-paternidade, por exemplo, dada aos pais empregados com carteira assinada era de apenas 5 dias, mas a PEC 1/2018 estendeu para 20 dias o prazo do afastamento remunerado para os pais nos casos em que a empresa está inscrita no Programa Empresa Cidadã.
Alguns homens, reconhecendo seus sentimentos e ainda insatisfeitos com o curto período para desempenhar o papel de pai na íntegra com os recém-nascidos, entram na Justiça para ter mais tempo de licença-paternidade, exercendo o direito de acompanhar os primeiros meses do filho no mundo.
Além disso, mesmo que em passos lentos, o número de empresas que estão incluindo nas políticas internas e tomando medidas por iniciativa própria também vem aumentando. Organizações como ChefsClub, Natura, Johnson & Johnson, Facebook, Twitter e Spotify oferecem de 40 dias a 6 meses de afastamento para os pais. Além do tempo estendido, em algumas delas, os colaboradores também poderão escolher entre utilizar o benefício durante ou depois da licença-maternidade. Aqui no nosso país, uma pesquisa inédita apresentada pela primeira vez pela GQ Brasil em parceria com o Great Place To Work (GPTW), empresa global de pesquisa responsável pelo ranking Melhores Empresas para Trabalhar, revela quais são as melhores empresas para ser pai.
Mas, será que manter o funcionário longe do trabalho por mais tempo não afeta seu nível de produtividade? De acordo com empresas que adotaram esse novo modelo, não!
Nesta outra pesquisa, diretoras e gerentes de RH contam que esse benefício – preparado para a saída da pessoa – torna o homem mais feliz e consequentemente, mais engajado.
Vale ressaltar que além de falar sobre a equidade de gênero, há necessidade de cada vez mais abordarmos este tema: o envolvimento do pai desde cedo traz diversos benefícios ao desenvolvimento dos bebês. Na pesquisa realizada em conjunto pela Imperial College London, pelo King’s College London e pela Universidade de Oxford, todos no Reino Unido, mostra que a influência paterna sobre o desenvolvimento dos pequenos é positiva, mesmo em estágios tão primários da vida. Já nesta outra publicação, 11 especialistas falam sobre a importância do pai para a criança de uma forma muito interessante e de diversos aspectos, vale o clique!
Mas, mudando um pouco o foco, e para aqueles pais que já passaram por essa fase de bebês pequenos e estão enfrentando outro desafio: os filhos da geração Y, os famosos Millennials. Como lidar com esses jovens?
Que eles são ansiosos, ambiciosos e querem tudo pra ontem, isso todos já sabem, sejam eles meninos ou meninas. Essa geração, que recebeu a influência da internet e está acostumada com a instantaneidade de tudo, sofre com a ansiedade e a pressão imposta por eles mesmos para conquistar o que desejam.
Por isso, esses jovens que nasceram entre a década de 80 e 90, precisam não apenas da figura dos pais presentes, mas sim de mentores, que deem suporte para suas falhas, que ensinem a lidar com suas frustrações e que tenham uma relação de companheirismo.
Além disso, é importante que o pai de um Millennial esteja aberto a ouvi-lo, como naturalmente as mães mais o fazem. Ele vive em uma época completamente diferente – e isso engloba desde tecnologias, formas de trabalho, pontos de vista políticos, crenças religiosas e modos de opinar sobre situações cotidianas.
Ou seja: se antigamente as situações eram resolvidas “no chinelo”, hoje, o diálogo entre pais e filhos tomou conta dessas relações. O chamado “tempo de qualidade” também é um dos motivos que faz essas duas gerações tão diferentes levarem uma vida em harmonia. Se antes, os pais não tinham tempo para estar com os filhos por causa do trabalho, graças a flexibilidade de horários, por exemplo, essa realidade vem se transformando. Ver pais e filhos unidos em diversas situações, até as mais corriqueiras, está cada vez mais comum!
Seja qual for a época que está vivendo, é possível ser um pai presente sem colocar sua carreira em risco e aproveitar a sua experiência para ser compreensivo com os filhos e apoiá-los sempre. Afinal, você também é uma das principais influências para eles. Aproveite não apenas esta data comemorativa, mas todos os momentos que podem estar juntos. Feliz Dia dos Pais!
Fabiana Schneider
Consultora de Carreira e Headhunter, tenho mais de 20 anos de experiência profissional em empresas nacional e multinacional onde atuei em áreas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Comercial e Educação Executiva. Nos últimos anos tenho me dedicado à área de Gestão de Carreira e Desenvolvimento Humano empreendendo através da Trilhas da Carreira, além de ser especialista em LinkedIn e dar aulas de R&S em pós-graduação. Sou graduada em Administração de Empresas com MBA Executivo em Marketing, certificada em Assessment Training DISC e em Orientação Profissional e Planejamento de Carreira. Filha de Pai TI e Mãe Professora, casada com Claudio Cercachim, mãe da Nathalia, maratonista, apaixonada por pessoas e entusiasta pela tecnologia.
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Tags: Dia dos Pais