Outubro Rosa: como lidar com o câncer de mama e minimizar as dificuldades no trabalho
Chegamos em Outubro, o mês em que um dos temas que mais se destaca é o Outubro Rosa.
Esse movimento internacional que nasceu na década de 1990 nos Estados Unidos estimula a participação da população no controle do câncer de mama. A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações sobre a doença, promover a conscientização, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. Esta campanha lembra às mulheres que é preciso fazer pelo menos uma consulta de check-up ao ano.
Infelizmente, o câncer de mama é aquele com maior incidência entre as mulheres no Brasil: são 60 casos a cada 100 mil brasileiras. Esse levantamento me fez pensar: além dessas mulheres terem que enfrentar a doença, seus medos, lidar com as relações familiares, como ela interfere no trabalho?
Por isso, hoje, trago algumas dicas de como lidar com a doença tentando minimizar as dificuldades na vida profissional.
Segundo a pesquisa “Câncer de Mama Metastático: a voz das pacientes e da família” realizada pelo Instituto Provokers em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Curitiba e Porto Alegre, 78% das pacientes relataram que, após receberem o diagnóstico da doença, faltou apoio da empresa onde trabalham. Além disso, 49% das entrevistadas disse que precisou abandonar o trabalho após o diagnóstico de câncer. Essa porcentagem sobe e atinge 58% na faixa etária entre os 36 anos e 45 anos.
Segundo elas, quando existe suporte no local de trabalho, ou está relacionado a flexibilização de horário ou apenas a permissão para se ausentar quando for preciso.
Nenhuma delas citou a existência de qualquer tipo de suporte específico para o tratamento oncológico em seus empregos.
A pesquisa ouviu 170 pacientes e 240 familiares.
A modelo Gislene Charaba que participou de concurso de Miss Brasil e estrelou catálogos de grifes famosas, clipes e vários outros projetos, é apenas um desses casos. Com 30 anos, ela foi diagnosticada com a doença e teve que parar de trabalhar para cuidar da saúde. Segundo entrevistas dadas por Gislene, ela perdeu 80% dos trabalhos, o que fez sua renda cair bruscamente, além de não conseguiu o auxílio doença que os portadores de câncer têm direito, por isso, se sustentava com a ajuda de doações e com suas economias.
Ela compartilhou toda a sua luta em seu Instagram.
Pesquisando mais histórias sobre o assunto, me deparei com um artigo do Ministério da Saúde que esclarece sobre alguns dos direitos concedidos a pessoas portadoras da doença, como por exemplo saque do FGTS e do benefício PIS/Pasep, auxílio doença, ou até mesmo aposentadoria por invalidez, auxílio acompanhante, além de poder requerer na Receita Federal a isenção total do Imposto de Renda de Pessoa Física. e que podem ajudar muito nesse período de tantas preocupações e que muitas vezes, não são divulgados. Para ter estes direitos, é necessário estar na qualidade de segurada da Previdência Social e passar pela perícia médica do INSS para comprovação da incapacidade de trabalho.
E foi justamente vivendo um momento difícil em sua vida, que o empresário e comandante da Marinha David Shutts teve uma ideia que tem ajudado muitas pessoas – não apenas mulheres com câncer de mama.
Após ter que se afastar do trabalho para se tratar de um tumor em seu rim esquerdo já havia se espalhado por seus gânglios linfáticos, pulmões e ossos, Shutts que não conseguia ser tão produtivo quanto antes, percebeu que muitas outras pessoas estavam passando pela mesma situação. Foi aí que ele criou a Astriid, uma ferramenta online que conecta empresários com pessoas que possuem doenças crônicas em busca de trabalho. Elas criam os seus perfis no aplicativo, descrevem suas competências e informam qual é a disponibilidade para executar o trabalho.
Como vimos, as empresas ainda não possuem uma “política” formal para lidar com mulheres que estão enfrentando a doença. A mensagem que deixo aqui é: como melhorar a sua organização para isso não aconteça? Como ajudar a recolocar essas mulheres na mesma posição em que estavam antes do diagnóstico? E se fosse com você?
Fabiana Schneider
Consultora de Carreira e Headhunter, tenho mais de 20 anos de experiência profissional em empresas nacional e multinacional atuando em áreas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Comercial e Educação Executiva. Nos últimos anos estou empreendendo através da Trilhas da Carreira | Consultoria de Carreira, além de atuar como especialista em LinkedIn, palestrante e dar aulas de R&S. Sou graduada em Administração de Empresas com MBA Executivo em Marketing, certificada DISC e Orientação Profissional. Filha de Pai TI e Mãe Professora, casada com Claudio Cercachim, mãe da Nathalia, também sou apaixonada por pessoas e entusiasta pela tecnologia.
www.trilhasdacarreira.com.br | contato@trilhasdacarreira.com.br
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Tags: outubro rosa