Dia Mundial da Saúde e o panorama da saúde mental do trabalhador no Brasil

Quem me acompanha por aqui sabe que gosto de explorar algumas datas comemorativas ao longo do ano. Neste mês de abril – no dia 7 para ser mais específica – é celebrado o Dia Mundial da Saúde. E posso dizer que o tema Carreira tem algo em comum com o tema: muitas vezes eles são lembrados e conversados mais à sério apenas quando algo de ruim acontece, seja no diagnóstico de uma doença ou seja num desligamento inesperado. E precisamos falar mais disso.

Criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1948, esta data surgiu devido a preocupação de seus integrantes em manter o bom estado de saúde das pessoas em todo o mundo, além de servir como alerta sobre os principais problemas que podem atingir a população mundial. O principal objetivo é conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação da saúde para ter uma melhor qualidade de vida.

Aproveitando esse dia, trago uma reflexão: você já parou para pensar se o seu trabalho está afetando a sua saúde? Ou como as empresas têm tratado esse assunto?

Para falar sobre este tema, convidei para colaborar neste artigo o Psicólogo Rogerio dos Santos (CRP: 08/08464), e que atua nesse segmento há mais de 8 anos. Acesse o perfil dele no LinkedIn e conheça mais sobre seus trabalhos.

Panorama da Saúde Mental do Trabalhador: cenário atual

Segundo o Ministério da Previdência, com base nos anos de 2010 a 2017, houve um considerável aumento no índice de afastamento do trabalho por desordens emocionais. E quais são estas maiores desordens? As mais comuns: ansiedade, depressão, estresse decorrente de mudança de função, falta de representatividade da chefia, assédio moral, cargo não compatível com a função ou competência e falta de comunicação institucional.

Esse fato deixa claro que a saúde mental do trabalhador representa uma realidade que merece muita atenção.

E isso acontece por muitos motivos: momento social conturbado, as pessoas estão mais ansiosas, inquietações profissionais e também porque percebemos que os valores, de toda ordem estão sendo revisados a todo instante, exigindo muito mais da nossa capacidade de readaptação e flexibilidade para melhor fluidez dos objetivos.

Por isso, já não basta que as empresas invistam apenas em um bom ambiente corporativo; é preciso que as condições de trabalho sejam respeitadas – tanto do ponto de vista estrutural e organizacional quanto em relação a regras claras sobre perspectivas de carreiras e também no que tange a flexibilização de horários, uma tendência cada vez mais decisiva na retenção de talentos.

Falar sobre saúde mental do trabalhador não significa conceder mais benefícios, mas é permitir que necessidades cotidianas sejam atendidas. É possibilitar que a qualidade de vida seja vivenciada e não apenas idealizada.

É válido lembrar também que nesses últimos tempos, muitas pessoas se beneficiaram graças a diversos Programas de Saúde Mental implantados nas empresas. Em meio a todas experiências na área que o Rogerio tem, este modelo de “suporte” aos profissionais permitiu – além de desmistificar a atuação do psicólogo – uma clareza na diferenciação entre problemas pessoais (por vezes já recorrente) e problemas profissionais. Para o colaborador, ter um suporte especializado o ajuda a evitar o agravamento emocional gerado pela situação do momento, tendo o devido encaminhamento quando necessário.

Já para a empresa, o mapeamento da situação permite um direcionamento mais assertivo das ações de intervenção ou mesmo de campanhas de prevenção ou de orientação de acordo com as demandas mais relevantes como problemas familiares, conjugais, endividamento, quadros de ansiedade ou de depressão. Outro ganho bem importante, sobretudo, foi a diminuição do número de atestados e afastamentos por problemas emocionais.

Claro que ainda há desafios a serem superados e hábitos positivos que precisam ser incorporados a rotina para que cada ser humano melhore diariamente a saúde física e mental. Mas entendendo que os profissionais muitas vezes passam boa parte do seu dia dentro do local de trabalho e que já estão ultrapassadas aquelas frases de que “os problemas ficam para fora da catraca” ou ainda “é só conversar com a psicóloga do RH”, não há mais tempo para que as empresas se omitam sobre o tema.

Outro discurso que já não cabe mais é o fato de que investir na saúde mental do trabalhador implica em gastos. O gasto já existe não só quando reflete no absenteísmo, mas também no presenteísmo e nos problemas de relacionamento interpessoal, cada vez mais recorrentes.

Já para os colaboradores, de modo geral, é preciso uma consciência de que não é o outro quem vai decidir pela sua saúde. Não é o outro ou a empresa quem vai definir as suas prioridades.

E como alcançar a melhoria da saúde física e mental? Confira as 7 dicas que o Rogerio compartilha com a gente:

Reveja as prioridades: considere por primeiro aquelas que você não pode delegar a ninguém. Escolher uma de cada vez para manter o foco, pois querer fazer várias coisas ao mesmo tempo corre-se o risco de não finalizar nenhuma;

Exercite a flexibilidade sobre os próprios conceitos: quem disse que você não pode mudar de ideia?

Busque um novo hábito e assim vivencie o tão sonhado “tempo para mim”: não precisa primeiro mudar de opinião, mas mude o comportamento e sua opinião se ajustará naturalmente;

Evite a auto cobrança: perfeccionismo só gera sofrimento e te afasta da experiência prazeirosa de quem concluiu uma meta, um objetivo;

Reveja as expectativas sobre as pessoas: não somos o centro, somos parte de um todo. Sim, as pessoas podem errar também;

Entenda que seus planos também podem ser revistos: cuidado com a teimosia. Mudar nem sempre significa desistir. Pode ser um recomeço diferente;

Busque orientação profissional: busque apoio tanto para seus desafios e superações pessoais quanto profissionais, pois sempre cabe um olhar de quem está de fora, neutro no contexto, trazendo novos insights, novos e diferentes pontos de vista e ainda novas soluções.

E para finalizar, deixo aqui um exercício prático: que tal refletir sobre essas dicas valiosas, escolher uma delas para agir ativamente durante esta próxima semana e começar a colher os resultados?

Fabiana Schneider

Mentora de Carreira e Headhunter com mais de 20 anos de experiência profissional em empresas nacional e multinacional atuando em áreas de Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Comercial e Educação Executiva. Nos últimos anos está empreendendo através da Trilhas da Carreira atuando como Mentora e Consultora de Carreira para profissionais, como Headhunter para empresas, além de Expert em LinkedIn, palestrante e professora de R&S. É graduada em Administração de Empresas com MBA Executivo em Marketing, certificada DISC e Orientação Profissional. Filha de Pai TI e Mãe Professora, casada com Claudio Cercachim, Mãe da Nathalia, maratonista, peregrina, apaixonada por pessoas e entusiasta pela tecnologia.

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